Volte ao começo do Blog

sábado, 31 de agosto de 2013

Proporção entre trastes

[...] O comprimento das cordas soltas, também conhecido como o comprimento de escala, é a distância do capotraste até a ponte. Na maioria dos violões, a escala mede de 60 a 65 cm. Quando você pressiona a corda em uma casa, o comprimento desta corda muda. Consequentemente, a frequência que ela emite ao vibrar também muda.


Foto cedida por Gibson Guitars
O braço de um violão Gibson SJ200 Vine
Os trastes são espaçados para produzir as freqüências corretas quando a corda é pressionada nas casas. O número mágico do posicionamento dos trastes é 17,817. Vamos supor que o comprimento da escala do violão é de 65 cm. O primeiro traste deve estar localizado a 3,65 cm (65 / 17,817) do capotraste ou 61,35 cm da ponte. O segundo traste deve estar localizado a 3,44 cm (61,35 / 17,817) do primeiro traste ou 57,9 cm da ponte. O décimo segundo traste deve estar exatamente no meio do caminho entre o capotraste e a ponte. A tabela a seguir mostra todas as posições dos trastes e a freqüência de cada nota na primeira corda. O comprimento da escala é de 65 cm.
Nota Casa Freqüência
(primeira corda)
Distância do traste
à ponte (cm)
E solta 329,6 65
F 1 349,2 61,35
F# 2 370 57,9
G 3 392 54,65
G# 4 415,3 51,6
A 5 440 48,7
A# 6 466,1 45,95
B 7 493,8 43,375
C 8 523,2 40,95
C# 9 554,3 38,65
D 10 587,3 36,475
D# 11 622,2 34,425
E 12 659,2 32,5
Os valores desta tabela são para uma escala com comprimento de 65 cm

Matemática das notas

[b] Som, notas e tons[/b]

[...]

[b]Som[/b] é qualquer mudança na pressão do ar que os nossos ouvidos conseguem detectar e processar. Entretanto, a movimentação do ar tem que ser forte o suficiente para mover os tímpanos nos nossos ouvidos. Quanto mais forte a pressão, mais alto é o som.

Para nossos ouvidos perceberem o som, ele precisa estar dentro de uma certa faixa de freqüência. Para a maioria das pessoas, a extensão de sons audíveis é de 20 Hz (Hertz, oscilações por segundo) até 15 mil Hz. Não conseguimos ouvir sons abaixo de 20 Hertz ou acima de 15 mil Hertz. (N.E. 1KHz = 1 000Hz. E não seriam 20KHz?)

Um tom é um som que se repete a uma determinada freqüência.

[...]

[b]Um tom[/b] é formado por uma freqüência ou uma pequena quantidade de freqüências relacionadas. O oposto de um tom é uma combinação de centenas ou milhares de freqüências aleatórias. Chamamos esta combinação aleatória de sons de ruído. Quando você ouve o som de um rio, o som do vento balançando as folhas, o som de papel sendo rasgado ou o som da sua TV sintonizando um canal inexistente, você está ouvindo ruído.

[...]

O ruído não apenas soa aleatório, como também se apresenta graficamente de maneira aleatória.

A nota musical é um tom. Entretanto, o tom de uma nota musical é já a reunião de vários tons que agradam o cérebro humano quando usados em conjunto. Você pode escolher, por exemplo, um conjunto de notas nas seguintes freqüências:

    264 Hz
    297 Hz
    330 Hz
    352 Hz
    396 Hz
    440 Hz
    495 Hz
    528 Hz

Este conjunto particular de notas é conhecido como escala maior. Cada nota da escala é multiplicada por uma certa fração para atingir a próxima nota. Veja como funciona a escala maior:

    264 Hz * 9/8 = 297 Hz
    297 Hz * 10/9 = 330 Hz
    330 Hz * 16/15 = 352 Hz
    352 Hz * 9/8 = 396 Hz
    396 Hz * 10/9 = 440 Hz
    440 Hz * 9/8 = 495 Hz
    495 Hz * 16/15 = 528 Hz

Por que essas frações específicas foram usadas na escala maior? Simplesmente porque elas soam bem.

[...]

Estas notas têm nomes. Veja a seguir:

    264 Hz - C, dó (multiplique por 9/8 para obtê-la)
    297 Hz - D, ré (multiplique por 10/9 para obtê-la)
    330 Hz - E, mi (multiplique por 16/15 para obtê-la)
    352 Hz - F, fá (multiplique por 9/8 para obtê-la)
    396 Hz - G, sol (multiplique por 10/9 para obtê-la)
    440 Hz - A, lá (multiplique por 9/8 para obtê-la)
    495 Hz - B, sí (multiplique por 16/15 para obtê-la)
    528 Hz - C, dó (multiplique por 9/8 para obtê-la)

E a seqüência se repete.

Os nomes são totalmente arbitrários, assim como as frações, mas elas têm um som que agrada as pessoas.

Perceba que as duas notas Dó são separadas por um múltiplo de dois (264 é metade de 528). Este é o fundamento das oitavas. Para subir uma oitava de uma nota, basta multiplicar a freqüência por dois, e para diminuí-la basta dividir a freqüência por dois.

Você já deve ter ouvido falar de "sustenido" e "bemol". De onde eles vêm? A escala de notas mostrada acima está no "tom de dó", porque as frações foram aplicadas ao Dó como nota inicial. Se o Ré fosse a nota inicial, com uma freqüência de 297, estaríamos no "tom de ré" e as freqüências seriam assim:

    297 Hz - D, ré (multiplique por 9/8 para obtê-la)
    334,1 Hz - E, mi (multiplique por 10/9 para obtê-la)
    371,3 Hz - F, fá (multiplique por 16/15 para obtê-la)
    396 Hz - G, sol (multiplique por 9/8 para obtê-la)
    445,5 Hz - A, lá (multiplique por 10/9 para obtê-la)
    495 Hz - B, sí (multiplique por 9/8 para obtê-la)
    556,9 Hz - C, dó (multiplique por 16/15 para obtê-la)
    594 Hz - D, ré (multiplique por 9/8 para obtê-la)

E a seqüência se repete.

As notas em 297 Hz (D), 396 Hz (G) e 495 Hz (B) no tom de ré coincidem com as notas do tom de dó. A nota E no tom de ré (em 334,1 Hz) é muito próxima à nota E no tom de dó (330 Hz). Pode-se dizer a mesma coisa da nota A. F e C, entretanto, são diferentes nestes dois tons. F e C no tom de D são chamadas de F# (Fá sustenido) e C# (Dó sustenido) no tom de C. Fá sustenido também pode ser chamado de Sol bemol e Dó sustenido pode ser chamado de Ré bemol. Se você aplicar as frações para todos os outros tons, mescle todas as notas idênticas e próximas e veja os sustenidos que sobraram. Você vai perceber que serão necessárias as notas A#, C#, D#, F# e G# para completar a seqüência de todos os tons.

Você pode ver que, com toda essa mescla de tons, a escala maior dá várias formas arbitrárias de se afinar um instrumento. Por exemplo, você pode afinar notas no tom de dó e e os sustenidos de Fá e Dó para o tom de ré ou os sustenidos de Ré e Sol. Isso pode virar uma bagunça.

Em [url=http://lazer.hsw.uol.com.br/violao2.htm] Como funciona um violão - página 4[/url]

[b] Escala temperada[/b]

O mundo da música atual adota uma escala chamada escala temperada. (N.E.: O correto seria dizer temperamento IGUAL. Fica mais correto e específico. O temperamento de Silbermann (por exemplo) também é escala temperada. Dizer apenas "temperada" não informa muito. - Makumbator, in Fórum CifraClub) A nota Lá vibra em 440 Hz e todas as outras notas são afinadas a partir dela. Em uma escala temperada, todas as notas derivam da décima segunda raiz de 2 (aproximadamente 1,0595) em vez das frações que vimos anteriormente. Isto é, se você pegar a freqüência de qualquer nota e multiplicá-la por 1,0595, o resultado será a freqüência da nota seguinte. Aqui estão as três oitavas da escala temperada:


    82,4 E - sexta corda solta
    87,3 F
    92,5 F#
    98,0 G
    103,8 G#
    110,0 A - quinta corda solta
    116,5 A#
    123,5 B
    130,8 C
    138,6 C#
    146,8 D - quarta corda solta
    155,6 D#
    164,8 E
    174,6 F
    185,0 F#
    196 G - terceira corda solta
    207,6 G#
    220 A
    233,1 A#
    246,9 B - segunda corda solta
    261,6 C - "Dó central"
    277,2 C#
    293,6 D
    311,1 D#
    329,6 E - primeira corda solta
    349,2 F
    370 F#
    98,0 G
    415,3 G#
    110,0 A - quinta corda solta
    466,1 A#
    493,8 B
    523,2 C
    554,3 C#
    587,3 D
    622,2 D#
    659,2 E - décima segunda casa da primeira corda

Como você pode ver nesta tabela, estamos falando novamente sobre os violões. Esta é a afinação de um violão. Um violão com 12 trastes tem um alcance de três oitavas, como demonstrado acima. A sexta corda solta é a nota mais grave, e a nota da décima segunda casa da primeira corda é a mais aguda.

Em [url=http://lazer.hsw.uol.com.br/violao3.htm]Como funciona um violão - página 5[/url]

sábado, 27 de julho de 2013

Masterização – Uma introdução

Masterizar é sempre um processo do qual todos falam, mas poucos sabem o que é. Ou melhor: sabem o que é, mas não sabem como se faz. Em uma frase: Masterizar é dar aquela "pancada" na sonoridade da música. Este pequeno texto é uma breve introdução ao assunto, com dicas de como masterizar em casa usando a tecnologia digital, leia-se: um computador, software e plug-ins.
Não pretendo dar nenhum "mapa da mina" e/ou fórmulas mágicas, apenas desejo dar uma introdução ao assunto e esclarecer o processo e torná-lo mais acessível, ao menos parcialmente!
Como todos sabem, softwares e plug-ins demandam uma certa perfomance do computador. Nesse sentido, uma configuração mínima seria um processador de 800Mhz, 256mb de memória RAM e 32mb de vídeo. A placa de som fica por sua conta, mas recomendo, no mínimo, uma Soundblaster Live. As placas-mãe, atualmente, têm som onboard com desempenho semelhante ao da SB Live.
Como referência, trabalho com um Pentium4 3ghz, 1gb ram, 64mb vídeo, placa de som M-audio Delta 1010lt. O processo detalhado neste tutorial não chega a consumir 30% dos recursos desse computador.
O software e os plug-ins utilizados nesse guia encontram-se na rede, seja em versões demo/trial/share ou nas famosas (ou infames) versões ‘crackeadas’ ou pirateadas. Infelizmente, nenhum deles é freeware ou open-source.
Uma última palavra antes de começarmos. Masterize sempre tendo em vista que você deseja deixar sua faixa soando melhor e mais alto. Neste sentido, trabalhe com um volume médio na mixagem, sem atingir o nível vermelho do medidor. Costumo trabalhar com o Cubase SX em -5dbs em minhas mixagens. Lembre-se de que é muito mais fácil dar brilho e volume numa faixa mais "suave" do que corrigir distorções causadas por níveis de volume excessivos. Estes são até mesmo impossíveis de serem reparados, dependendo do "dano" feito na mixagem.
A idéia neste exemplo de masterização é relativamente simples: primeiro, uma compressão pra destacar o miolo. Depois, equalização para equilibrar e, finalmente, expansão e limitação do volume/ganho, para que o som fique alto e claro, mas não distorcido.
Vamos lá, por partes:

Primeiro: Escolha de software – Steinberg Wavelab 5

Sobre o Wavelab 5 - Leve, rápido, vários recursos, não é complicado e processa efeitos em tempo real - a grande vantagem sobre o Soundforge (até a versão 6, pelo menos). Por isso não recomendo o Soundforge, que tem mais nome do que perfomance. Eu odiava ter de dar o "preview" pra ouvir uma pequena mudança num parâmetro de algum plug-in.
Algumas pessoas masterizam no Cubase SX e têm ótimos resultados, assim como no Sonar e no Pro-Tools. Prefiro usar um software mais leve que esses sequencers gigantes, e o Wavelab se mostrou satisfatório em todos os sentidos, com velocidade e precisão nas operações.
Quando você abre uma faixa de áudio no Wavelab, ele converte temporariamente a faixa para wav 32bits float, um arquivo temporário que fica no computador apenas enquanto você trabalha. Sempre tenha em vista que o resultado final para gravação de CDs deve ser: WAV / 16 bits / 44.1 khz.

Segundo: Monitoração e Spectrum Meter

Monitoração de qualidade ajuda muito, mas não é tudo! Trabalho num monitor Samson Resolv 65a, cujo som é ótimo, mas tem uma tendência a segurar graves sobrenaturais que estouram 90% das caixas. Meus monitores também possuem uma tendência a realçar excessivamente os agudos pelos ótimos tweeters que possui. Ou seja, todos os monitores têm suas armadilhas!
Se você tem um par de monitores de som, o ideal é ouvir muita música nele. De preferência, músicas que sirvam como referência para o que você vai masterizar. É importante olhar a resposta dos monitores, através do gráfico de espectro/frequência que vem no manual ou na parte traseira do monitor. Esse gráfico mostra a resposta dos monitores em cada frequência, de acordo com a força em decibéis (db) do espectro.
Se você sabe que seu monitor dá, por exemplo, agudos surreais – como o meu caso – então pense nisso e deixe os agudos a ponto de estourar nos seus monitores, pois em outros sistemas de som, cujos tweeters não são lá tão bons (ou até mesmo ausentes!), os agudos vão soar bem. Essa regra vale para todas as frequências. Lembre-se de que a maioria dos aparelhos de som de hoje em dia responde muito bem aos médios, deixando graves e agudos sacrificados em tweeters e woofers ruins.
Outra coisa importante é monitorar com volume alto, "espancando" o som ao limite. A dica de ouvir CDs comerciais, sempre presente nos tutoriais do assunto, é válida. Mas considero válido apenas para se ter um "teto" de volume como referência, e não equalizações, timbres e etc. Afinal, estamos querendo fazer coisas novas e diferentes, certo?

O Spectrum Meter (medidores de espectro) não morde. Ele é seu amigo! Deixe um aberto e preste atenção no que ele diz sobre o som. Olhe as frequências ao longo da música, isso ajuda muito na hora de equalizar em todos os casos. Especialmente quando você não tem monitores de referência ou se seus monitores andam te enganando, como falamos no início.



Figura 1 : Ambiente de trabalho do Wavelab 5, com faixa de áudio; rack com plug-ins, master out, dithering e botão render; medidores "level meter" e "spectrum meter".

Terceiro: Os plug-ins e sua ordem de uso: por quê isso tem suas razões!

1º: Destacando o "miolo" - Voxengo Polysquasher ou AkaiQuadComp*
* Compressores simples e funcionais. O Polysquasher é um compressor de faixa com banda única. Experimente começar com treshold alto (-20 db, em média), ratio em 1:06 (para jogar o "miolo" para cima), knee em aproximadamente 22 db (mais para hard do que para soft), out em 0db.
A partir disso, mexa no knee se os picos estão muito duros e "espancando" excessivamente os acentos da sua faixa. É fácil perceber isso, pois o bumbo distorce. É hora, então, de virar o knob para o soft, pois ele vai atenuar esses picos. Uma alternativa nesse processo é o Akai QuadComp, utilizado na função Compressor (ele também tem função expander).
Nos testes, o resultado de ambos é similar, mas se você tem uma faixa muito cheia e carregada, o Akai QuadComp é uma boa solução, pois o Polysquasher não funciona muito bem nessas situações, sendo mais indicado para faixas mais limpas e definidas.
Outra vantagem do QuadComp é que ele possui 4 bandas, permitindo que você regule a compressão das freqüências de forma independente. Isso ajuda muito em faixas onde uma freqüência sobressai ou some em relação às outras.
2º: Cortando o equalizador - Elemental Audio Eqium 2ch*
* Depois da compressão, passamos para o corte de equalização, para tirar sobras indesejadas e realçar o que ainda não está soando bem. Este equalizador é simplesmente maravilhoso, nunca vi nada tão preciso e com tanta flexibilidade. Ele funciona por 'camadas', que você modifica à medida em que a curva de equalização é montada.
Essas camadas são os tipos de curva: shelf, low/high/band pass, parametric, notch e harmonics. Veja na figura abaixo a precisão desse plug-in:




Figura 2 – Equalizador Elemental Audio Eqium
3º: Subindo o volume - Waves L3 Ultra-Maximizer / Multi-Maximizer*
*Aqui começamos no preset "High-res cd master 16bit". Se você usou faixas em 24 bits, o plugin conta com dither para conversão, caso você não use o dithering Wavelab. Se não o fez ainda, faça isso agora, pois como já foi dito, CDs são gravados com qualidade WAV 16bit / 44.1 khz. Não vale a pena aprofundar neste assunto, mas apenas para constar uma definição ultra-resumida: O dithering é um modo de otimizar a qualidade das mudanças de uma taxa de bits para outra.
Comece com treshold em cerca de -5 db, out ceiling em -0.2 db e ajuste esses níveis ao máximo de volume possível, sem distorção das freqüências. No caso da versão "Multi" do plug-in, é possível um ajuste de ganho das bandas da freqüência pelo equalizador gráfico, o que é um belo recurso. Como já tinha "picotado" as freqüências no Eqium, usei a versão "Ultra", de banda única, para esses casos onde você não precise ajustar os ganhos de bandas separadas.
Em ambos os plug-ins, há uma função chamada "profile" que é bem interessante. São presets que definem o perfil do sinal processado que sairá do plug-in. Teste os presets:
  • Cosy and warm (dá um ganho bem equilibrado em todas as freqüências)
  • Wide Band ARC (bom para destacar agudos sumidos e para faixas com o centro da imagem sobrecarregado)
  • Loud and proud (acompanha o preset "High-res cd master 16bit", sobe o nível geral do som e destaca médios e graves).
4o: Clips e Limitadores - Steinberg Peak Máster *
* Esse plug-in acompanha o Wavelab. Pode usar o padrão default do plug-in, tudo em 0db e estamos todos felizes, sem "clips" (distorções). Claro que é importante dizer: se você exagerou e o som está distorcido, o Peak Master engana apenas a luz vermelha do clipping, mas não seus ouvidos. Este plug-in é bom para pequenos clips, apenas como um "segurança" na saída.
Sempre se preocupe com os "clips", as luzinhas vermelhas acendendo acima dos faders do master out. O Wavelab também possui medidores apropriados para isso, como o Level Meter, que aparece na figura 1.
Plug-ins e processadores de efeito podem enganar o clip. Você pode estar ouvindo uma bagunça super-comprimida, maximizada e distorcida, com seu peak limiter de luz apagada, indicando som aparentemente sem distorção a 0db. A dica é ver se o som está distorcido no out de cada plug-in e abaixar o volume de cada um ou de um deles para tirar o clip.

Quarto - Finalizando

Agora é a hora de dar os toques finais na produção. Primeiro, "renderize" a faixa: Botão "Render", abaixo do rack de plug-ins. Os plug-ins vão automaticamente entrar em bypass (desligados) após a renderização, para você ouvir o resultado. Agora, veja o rms power do som. O rms é a potência real do som, medida em decibéis. No wavelab você faz isso selecionando a faixa e clicando "Y". Aparecerá um menu onde você mede os picos (peaks) da onda e sua potência real em rms (loudness), como na fig. 3.
Quanto mais próximo de 0db sua faixa estiver, melhor. Isso serve tanto para os picos quanto para a potência real. Não dá para mudar muito a potência real da música por simples ajuste de ganho ou volume. Estes são apenas para pequenos ajustes, como dar aqueles 0,350db que faltaram para os picos ficarem em 0db.
Se você não conseguiu valores satisfatórios, mas está contente com a sonoridade, aplique novamente o combo Waves L3 + Peak Master, com um ajuste mais suave do L3. Vá pela configuração padrão (default) dele, escolha um profile e abaixe o treshold até que você consiga potência sem distorções no som. Isso resolve consideravelmente o problema de "volume".



Figura 3: Menu de análise global (Global Analysis)
Uma dica é fazer essa análise com faixas de sonoridade similar à que você está trabalhando e ver os níveis que ela possui, para você ter uma base de comparação. Masterizando minha última faixa consegui picos de -0.01, rms máximo de -3,52 e média (average) de -6,82.
Um ótimo nível para homestudio baseado em plug-ins virtuais apenas. Faço música eletrônica (trance), então comparei com vários artistas consagrados do meu estilo e as faixas tinham valores semelhantes. Agora é só testar em quantos sistemas de som você conseguir, comparar o que cada um apresenta e equilibrar sua masterização para que soe no mínimo razoável em todos os aparelhos (e ouvidos), mas lembre-se: nem Jesus agradou a todos, então veja a "média" das audições e opiniões e decida o que acha melhor para sua música.
Eis a palavra-chave em masterização: comparação. Faça várias masters, compare uma com a outra, compare com faixas de outros artistas no seu estilo. É sempre bom ter pontos de comparação! Nesse sentido, os plug-ins aqui usados são apenas referências comparativas: há vários plug-ins excelentes por aí! Teste outros e veja com qual set-up você se sai melhor.
Procure ler os manuais dos plug-ins ou se informar sobre cada um dos processos, como compressão, equalização, etc. Experimentar é fundamental, mas estudar também é decisivo na hora tirar uma boa sonoridade: o estudo fornece métodos para caminhar, mas a experimentação é o próprio percurso!
Até a próxima,
Diogo Corgosinho Borges*
*Compositor, técnico de som autodidata e estudante de História da Puc-MG.
Contatos para trabalhos de mixagem, masterização e aulas sobre áudio digital
anticodes@gmail.com

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Entendendo a eletricidade: tensão, corrente, watts e outros bichos

"Ao falar sobre fontes e baterias esbarramos sempre na terminologia básica de eletricidade, com todos os volts, amperes, corrente e potência. Como a terminologia é confusa, é muito fácil se confundir, por isso vamos a uma revisão rápida dos termos mais comuns:

Tensão: Em termos técnicos, a tensão é "a diferença de potencial elétrico entre dois pontos", medido em volts. Quanto mais volts, mais energia pode fluir, mesmo que a intensidade da corrente (medida em amperes) seja a mesma.
Uma analogia simples poderia ser feita em relação a uma estrada: duplicando o número de vias, é possível duplicar o tráfego de veículos, mesmo que a velocidade continue sendo a mesma. Outra analogia poderia ser feita em relação a um encanamento. Quanto maior é a tensão, maior é "a largura do cano", permitindo que mais água seja transportada. Ambas as analogias não são inteiramente corretas (afinal, você não precisa duplicar a fiação ou dobrar a espessura dos fios para usar tensão de 220 em vez de 110), mas eles servem para dar uma ideia geral da diferença entre tensão e corrente, que explico a seguir.
Cada dispositivo tem uma tensão nominal, ou seja uma "voltagem" correta de operação. Um LED pode operar usando 3.6V, o motor de um HD usando 12V e um processador usando 1.2V, por exemplo. Sempre existe uma margem de tolerância, mas qualquer componente pode ser danificado se submetido a uma tensão mais alta que a das especificações.
Voltagem: Termo leigo para se referir à tensão. Em vez de dizer "12 volts de voltagem", você pode dizer "tensão de 12 volts".
Corrente: Dentro da analogia, você pode imaginar que a tensão (ou seja, a "voltagem") equivale à espessura do cano e a corrente (ou "amperagem") equivale à pressão da água. Ao aumentar a tensão (ou seja, alargar o cano) você pode fazer com que mais energia flua mantendo a mesma corrente e vice-versa.


A tensão e a corrente podem ser usadas para calcular o consumo máximo de diferentes dispositivos quando ele não for informado. Um exaustor de 120 mm que usa 12V e 0.4 ampere, por exemplo, tem um consumo máximo de 4.8 watts, atingido quando ele gira na rotação máxima. Caso ele esteja ligado a um circuito de controle de rotação (como é o caso da maioria dos exaustores de 120 mm usados em fontes) então o consumo será variável, oscilando junto com a velocidade de rotação.


Um chuveiro com potência de 5000 watts, pode trabalhar com uma corrente de apenas 20 amperes, já que está ligado no 220, enquanto um processador pode precisar de 50 ou até mesmo 100 amperes para fazer o seu trabalho, já que utiliza uma tensão muito mais baixa.
Para um eletricista que está acostumado a lidar com chuveiros e torradeiras, a idéia de um processador usando 100 amperes pode soar absurda, mas este é apenas mais um exemplo de quanta tecnologia vai na produção de um PC atual. É justamente por precisarem fornecer uma corrente tão elevada que as placas-mãe atuais precisam de reguladores de tensão tão caros e sofisticados, com 8, 16 ou até mesmo 24 fases.
 

Amperagem: É o termo leigo para se referir à corrente, considerado incorreto pelos mais pedantes chatos. Em resumo, você pode dizer "amperagem" quando estiver conversando com alguém e quiser explicar as coisas de maneira simples, mas diga "corrente" quando precisar respeitar o jargão técnico. Em vez de dizer "amperagem de 30 amperes", você pode dizer "30 amperes de corrente". Outra opção é usar o "amperagem" entre aspas, indicando que você está usando o termo "incorreto" para simplificar a explicação.
Uma curiosidade é que a distinção entre os termos "corrente" e "amperagem" é uma peculiaridade do português. No inglês (língua na qual os primeiros manuais sobre eletricidade foram escritos), o termo mais usado para descrever a corrente é "amperage", que poderia ser traduzido literalmente para "amperagem".
Quando os primeiros manuais técnicos chegaram ao Brasil, o termo "amperage" foi traduzido como "corrente", termo que acabou entrando para o jargão técnico e se tornou arraigado a ponto do termo "amperagem" ser considerado incorreto, muito embora seja a palavra mais parecida com o termo original.
Watt: É uma medida de potência, que é calculada multiplicando a tensão pela corrente. Com 12 volts e 30 amperes temos 360 watts, por exemplo. Um chuveiro elétrico de 8000 watts é mais mais potente que um de 5000 watts, o que permite esquentar mais água. Uma fonte de 600 watts é mais potente que uma de 400, o que permite alimentar um PC mais parrudo e assim por diante.
Um processador que trabalha usando 1.2V de tensão e uma corrente de 50 amperes, por exemplo, usa 60 watts. Por outro lado, um HD que usa quase que exclusivamente a saída de 12V da fonte, poderia usar 12 watts com uma corrente de apenas 1 ampere e o PC inteiro (com processador e tudo) poderia fazer se trabalho com também 1 ampere, mas nesse caso com a tensão de 127 volts da tomada (1 ampere x 127 volts = 127 watts).
Como pode ver, componentes que utilizam tensões mais baixas, precisam de uma "amperagem" muito maior para obter a mesma quantidade de energia, o que exige circuitos de alimentação mais elaborados.
Watt-hora: É uma medida de consumo, que indica a quantidade de energia gasta. Um watt-hora equivale ao volume de energia que um dispositivo qualquer com uma potência de 1 watt consome ao longo de uma hora.
Um PC ligado a uma tomada de 127V, que "puxa" 1 ampere, trabalha com uma potência de 127 watts e, consequentemente, consome 127 watts-hora de energia (a cada hora). Em 20 horas ele consumiria 2.54 kWh (um kWh corresponde a 1000 watts-hora), que corresponderiam a pouco mais de um real na sua conta de luz.
O mesmo se aplica a chuveiros, lâmpadas e outros dispositivos elétricos. Os "100W" na caixa de uma lâmpada incandescente indicam ao mesmo tempo que ela tem uma potência de 100 watts, e que ela consome 100 watts-hora de energia por hora quando ligada, o que torna simples calcular o consumo mensal.
Coloquialmente, é muito comum dizer "o PC consome 100 watts", indicando que ele consome 100 watts-hora ao longo de uma hora de funcionamento. Não existe nada de errado nisso (as pessoas vão provavelmente te entender melhor do que se você dissesse "o PC consome 100 watts-hora por hora"), mas os mais chatos vão protestar.


Revisando, a diferença entre "watt" e "watt-hora" é que watt é uma taxa, enquanto o watt-hora é uma medida de quantidade. Dentro da analogia, os watts seriam como a taxa de vazão da água no cano (que pode ser de 100 ml por segundo, por exemplo) e os watts-hora seriam a quantidade de água que é consumida (360 litros, por exemplo).
mAh: Abreviação de "miliamperes-hora". É uma medida de capacidade tipicamente usada em baterias. Para saber a capacidade em watts, basta multiplicar a capacidade em mAh pela tensão em volts e dividir por mil. Uma bateria de notebook com 11.4V e 4400 mAh armazena 50.1 watts, que são suficientes para alimentar um notebook que consome 25 watts/hora por duas horas. Uma pilha de 1.2V e 2600 mAh por sua vez, armazena apenas 3.1 watts.




Corrente elétrica e energia elétrica: Embora estes dois termos sejam muitas vezes usados como sinônimos, eles descrevem duas coisas diferentes. A corrente elétrica corresponde ao movimento dos elétrons que pulam de um átomo ao outro, enquanto a energia elétrica é a energia produzida por esse movimento, que é o que realmente alimenta os equipamentos.


Este é um conceito um pouco complicado de entender, mas, em uma analogia simplista, você pode imaginar que a corrente elétrica corresponde ao movimento de vai e vem de uma lixa, enquanto a energia elétrica corresponde ao calor que é gerado pela fricção. Em um sistema de corrente alternada, o sentido da corrente é revertido a cada ciclo e os elétrons vão e voltam (sem realmente saírem do lugar), enquanto a energia produzida flui dentro do circuito, alimentando os aparelhos.
Eficiência: É o percentual de energia que é realmente convertida em trabalho. Uma fonte com 90% de eficiência precisa de 334 watts da tomada para fornecer 300 watts ao equipamento, enquanto uma fonte com 70% de eficiência precisaria de 429 watts para fornecer os mesmos 300 watts. O mesmo se aplica a lâmpadas e outros dispositivos. Quando dizemos que uma lâmpada fluorecente é mais eficiente que uma incandescente, estamos nos referindo ao fato de ela precisar de menos energia para produzir a mesma quantidade de luz.
Watts x VA: Ao comprar um nobreak (ou um estabilizador, caso você ainda viva na década de 80), a capacidade é sempre informada em VA (Volt-Ampere) e não em watts. Em teoria, um nobreak de 600 VA seria capaz de suportar uma carga de 600 watts, mas na prática ele muitas vezes acaba mal conseguindo manter dois PCs que consomem 200 watts cada um. Se você adicionasse mais PCs até totalizar os 600 watts, ele desligaria devido ao excesso de carga. Esta diferença entre a capacidade em watts e VAs está relacionada ao fator de potência. Você pode ler mais sobre o tema no texto sobre PFC, que complementa o conteúdo deste:
Fontes: Entendendo o PFC
Por Carlos E. Morimoto (10/jul/2009 às 19h39). Revisado 23/mar/2011 às 13h03"


Na prática os cálculos se dão assim, onde:

Corrente sua unidade é Amper (A) representado por I
Tensão sua unidade é Volts (V) representado por E
Potência sua unidade é Watts (W) representado por  P
Resistência sua unidade é Ohms (Ω - letra grega Ômega) representado por R


P = E * I
E = R * I
R = E / I
I = E / R


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Diferença entre pre e power amp

O pré-amplificador (pre amplifier) fornece ganho de tensão (por exemplo, de 10mV - milivolts -  à 1V) mas não ganho significante de corrente. O amplificador de potência (power amplifier) fornece a maior corrente necessária para alimentar os alto-falantes.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Nomes dos intervalos

Uma pequena explicação prática, sobre os nomes das "distâncias" entre as notas de uma escala

Segunda menor(ou Nona menor)(b9) -> 1/2 tom
Segunda maior(ou Nona maior)(2 ou 9) -> 1 tom
Terça menor(b3) -> 1 1/2 tons
Terça maior(3) -> 2 tons
Quarta justa(ou Décima Primeira)(4 ou 11) -> 2 1/2 tons
Quarta aumentada ou Quinta diminuta(b5 ou #4) -> 3 tons
Quinta justa(5) -> 3 1/2 tons
Sexta menor(ou Décima Terceira menor)(b6 ou b13) -> 4 tons
Sexta maior ou Sétima diminuta(ou Décima Terceira maior)(6 ou 7dim ou 13) -> 4 1/2 tons
Sétima menor(7) -> 5 tons
Sétima maior(7M) -> 5 1/2 tons
Oitava(8) -> 6 tons

Trastes e a matemática de Pitágoras

 Bom mais a título de curiosidade que de utilidade, me questionava a algum tempo como é feita a marcação dos trastes numa escala. Ontem de noite, me caiu na testa a resposta!
 É fato que os harmônicos mais fáceis de se tirar são os do 5° 7° e 12º traste (aprendi isso numa roda de viola)...
 Pois bem, notei que quando eu apoio o dedo sobre o 12º traste divido a corda em duas, assim tenho ele na marca de ½, e a mesma nota uma oitava acima.
O 7º traste temos a divisão em 3 partes a corda, estando o 7º traste sob a marca de ⅓ - V justa - e o ⅔, sobre a 22º traste - XIII ou V uma oitava acima.


E o 5º traste, divide a corda em quartos. Estando o 5º traste na marca de ¼ - IV Justa - o sequente é o ½ (¼ + ¼), sendo esse o 12º traste.

Mas segundo a teoria do grego, se formos subdividindo uma corda por 3, teremos após algumas divisões, toda a escala.